Anunciado em 2011, Dragon Age: Inquisition dá continuidade a série de RPG criada pela BioWare lançada em 2009. Usando e abusando da fantasia, Dragon Age deu origem a uma enorme variedade de outros produtos. De livros a jogos de mesa, de quadrinhos a “action figures”. Isso sem contar é claro com uma grande quantidade de conteúdo por download e pacotes de expansão.
A história de Inquisition se inicia nas terras de Thedas, onde após você ser o único sobrevivente de um evento que originou portais demoníacos espalhados por todo o mundo, você terá de liderar e provar seu valor como Inquisidor, guiando seus companheiros e descobrindo o que está por trás do caos que assola o mundo. Tudo isso acontece em um momento já conturbado, onde magos e templários lutam entre si, e a desconfiança geral reina absoluta no universo do jogo.
Um dos grandes trunfos de DA:I é o seu roteiro e como ele foi elaborado. A história é muito boa e os diálogos são primorosos. Como as relações entre os personagens e os eventos são descritos é de deixar qualquer Destiny com água na boca. O pessoal da BioWare sempre foi altamente competente neste quesito, e em Inquisition eles acertaram em cheio mais uma vez. O melhor é que você ainda pode modificar o contexto das conversas, e como é de praxe nos jogos da empresa, mais de uma opção lhe é dada durante as interlocuções.

Algumas vezes podemos aprofundar em determinados assuntos, quando achamos conveniente. Isso fica a critério seu, quando surge a opção. Aproveitando a deixa, é bom falar que as relações entre os personagens podem ser aprofundadas… E bem aprofundadas.
Dependendo de como você conduza o diálogo ao longo do game, opções digamos assim… Mais românticas podem aparecer. E é claro que com isso o seu personagem pode “pegar” outro, com direito a cenas não tão implícitas, mas bem óbvias. E não importa o sexo… Tudo é permitido, desde que o personagem em questão sinta atração pelo seu herói ou heroína. Nem o fortão Qunari (uma raça chifruda presente no game) escapa caso você se sinta atraído pelo par de chifres do Iron Bull.
E não importa o sexo… Tudo é permitido, desde que o personagem em questão sinta atração pelo seu herói ou heroína
Como quase todos os bons RPGs, você pode criar o seu personagem a partir de um poderoso editor. Em DA:I você deverá escolher entre uma das quatro raças disponíveis: Humanos, Elfos, Anões e Qunaris. Após isto, escolha sua classe, nível de dificuldade, e voilà… Partindo para a parte visual do editor, escolhemos formato de cabeça, orelhas, nariz, bocas, olhos, tom de pele e todo o resto. A customização é bem bacana e conseguimos alcançar excelentes resultados visuais, mesmo que os cabelos não ajudem tanto como o resto das variações e possibilidades.
A jogabilidade de Dragon Age pode ser dividida em dois tipos
A jogabilidade de Dragon Age pode ser dividida em dois tipos. Uma com ação em tempo real, e outra com opções de controles de maneira estratégica, onde a ação é pausada e você seleciona o que cada personagem tem deve fazer no momento. O seu herói age como líder do grupo, e a qualquer momento você pode pausar e entrar no modo tático, caso ache interessante. Quando você pausa, você pode ver o que está acontecendo de qualquer ângulo e designar as mais variadas tarefas para cada um dos personagens do seu grupo.

Jogabilidade tática ou em tempo real, escolha a sua
Particularmente, eu quase não usei o modo de estratégia, visto que a ação desenfreada faz muito mais o meu estilo. Mesmo neste modo em tempo real, usar magias e itens é bem tranquilo, graças a excelente interface criada pela BioWare. Felizmente, cada jogador poderá escolher o tipo de jogabilidade que achar mais interessante durante a aventura. Vale lembrar também que você pode assumir o controle de qualquer um dos personagens em qualquer momento, de maneira bem rápida e eficiente.
A quantidade de conteúdo do jogo é gigantesca
A quantidade de conteúdo do jogo é gigantesca. Seja nos livros, pergaminhos e cartas que você coleta durante a aventura, na quantidade de personagens que você cruza enquanto vaga pelo mundo, e principalmente pelo enorme número de “Quests” disponibilizadas pelos desenvolvedores. São muitas, e bem variadas. Proteger e devolver animais para seus donos, libertar reféns, conseguir determinadas matérias primas, encontrar pessoas, matar inimigos e etc. Muitas ficam disponíveis e visíveis no mapa quando você chega à região pela primeira vez, mas outras só vão aparecer dependendo de suas ações e quests já resolvidas em determinados locais. Explorar ao máximo o mapa é bastante indicado caso você seja um autêntico Indiana Jones das quests como eu.
O jogo possui uma gama enorme e variada em termos de habilidades
DA:I nos apresenta uma gama enorme e variada em termos de habilidades. Isto permite que você e seus companheiros sejam bem diferenciados nos combates, de acordo com suas necessidades ou modo de jogo de preferência. Estas habilidades podem ser colocadas no menu de uso disponível, e com o simples pressionar do botão escolhido, ela é utilizada pelo personagem.
Cada personagem pode escolher inicialmente entre quatro possíveis ramificações destas habilidades. De acordo com sua evolução na história, outras três especializações vão aparecendo. No caso do meu mago, por exemplo, as ramificações iniciais são Winter, Inferno, Storm e Spirit, com as possíveis especializações: Knight-Enchanter, Rift Mage e Necromancer. Lembrando que cada uma destas ramificações apresenta aproximadamente 10 magias diferentes para serem incorporadas ao meu mago. Algumas são velhas conhecidas de quem já jogou algum jogo da série, e outras são novas, criadas diretamente para Inquisition. Fazendo umas continhas aqui, dá aproximadamente 70 magias diferentes. De qualquer forma é um número bem satisfatório, e que vai fazer você precisar evoluir muito, caso queira incorporar todas ao seu herói. Isso vale para os outros personagens também, com cada classe tendo o mesmo número de possibilidades.
Todos os personagens têm saúde, barra de estamina e mana, assim como os típicos atributos para evoluir: Força, Magia, Constituição, Destreza e etc.
Você possui uma fortaleza para retornar, denominada Skyhold
Uma coisa bacana de Dragon Age: Inquisition é que você possui uma fortaleza para retornar, denominada Skyhold. Inicialmente esta fortaleza está bem destruída e com poucos lugares acessíveis. De acordo com sua evolução durante a jornada, novas áreas vão sendo disponibilizadas e áreas inteiras vão sendo reformadas. Você pode escolher tipos de móveis, bandeiras, tronos, cortinas e etc. Você pode também evoluir determinadas áreas e transformá-las. O jardim, por exemplo, pode ser refeito de maneira que você possa coletar ervas para utilizá-las em suas poções.

Durante a aventura, coletamos zilhões de coisas
Dragon Age: Inquisition é um jogo que te permite fazer muitas coisas. Umas delas, e que provavelmente vai te ocupar bastante, é a arte de criar itens (crafting). Durante a aventura, coletamos zilhões de coisas. Dos mais variados metais, as mais estranhas ervas. Das pedras mais preciosas, até as peles de animais conhecidos ou exóticos. E tudo isso tem um propósito, que é fazer com que você possa criar as mais diversas poções, armas e armaduras.
Por exemplo, se em uma armadura eu utilizar couro de urso, provavelmente ela fornecerá uma proteção maior do que se eu empregar uma carne de raposa
Dependendo do material empregado, determinados atributos vão ser incorporados. Por exemplo, se em uma armadura eu utilizar couro de urso, provavelmente ela fornecerá uma proteção maior do que se eu empregar uma carne de raposa. Cada um dos elementos que eu utilizar, vai impactar de alguma forma na constituição do item. Alguns itens apresentam “slots” que podem ser ocupados por elementos, runas e etc. Isto poderá fazer com que uma determinada arma tenha particularidades, como um dano maior de fogo, gelo, sangramento e muitos outros atributos. O sistema funciona super bem, e é essencial no jogo que você mantenha sua equipe toda preparada, porque os combates são muitos, e alguns não são nada fáceis.

Visualmente falando, Inquisition é um deleite para os olhos. Para cada local que você olhe, alguma coisa bonita está lá para ser apreciada. Da vegetação luxuriante, até as pedras e areias de um deserto ameaçador. Das colinas nevadas até os templos, cavernas e castelos suntuosos. Das cachoeiras e rios que cruzam os cenários gigantescos, até a mais singela cabana. Tudo pode e deve ser vislumbrado. Os animais são super bem feitos e povoam as locações deixando-as bem vivas, como se aquela natureza existisse. Não poderia deixar de citar os sensacionais dragões, desde os pequenos filhotes, até as mais gigantescas bestas que te aterrorizam, e podem te matar em um piscar de olhos, dependendo da situação. A beleza de DA:I está também nos pequenos detalhes das roupas, onde podemos visualizar as costuras bem feitas dos diversos tipos de couros e peles, nas armaduras brilhantes e variadas, nas bijuterias que saltam aos seus olhos tamanho o esmero dos artistas em criar os detalhes que diferenciam cada um dos personagens.
A trilha sonora do jogo é excelente, e o tema central foi magistralmente executado
A trilha sonora do jogo é excelente, e o tema central foi magistralmente executado por Trevor Morris, conhecido compositor canadense, que tem inclusive em seu curriculum alguns prêmios Emmy. As músicas misturam bem orquestras e corais, com instrumentos bem tradicionais e outros não tão conhecidos do grande público. Isto tudo auxiliado pelos efeitos sonoros bem aplicados seja nos combates ou simplesmente ao se vagar pelas terras de Thedas.
Falando em sons, não podemos deixar de citar as dublagens. Excelentes por sinal. Cada personagem foi dublado de maneira ímpar e as vozes são bem entonadas e em nada robóticas. A BioWare trabalhou bem para que os dubladores dessem vida a cada um dos personagens que interpretaram e eles com certeza mantiveram a qualidade nos gigantescos diálogos sem deixar a peteca cair. A junção da excelente trilha com os diversificados efeitos e dublagem ajudam a criar uma ambientação sonora perfeita e memorável para o jogo, como raramente se vê…
O modo multijogador de Dragon Age: Inquisition é bacana e pode ser jogado por até quatro pessoas. Ele segue o padrão em que você cria uma sala, convida seus amigos ou deixa aberto para o público, para que outras pessoas desconhecidas possam participar com você deste modo. No “multi” são apresentadas áreas onde você e sua trupe devem explorar, coletando itens, dinheiro e matando inimigos… Muitos inimigos. Sempre que todo o grupo morre, você retorna ao menu e gasta os pontos de habilidade que ganhou, compra armas, poções e etc, escolhe uma nova aventura e vai.
O multijogador é simples, mas funciona bem. E eles não inventaram a roda, mas até que diverte
Este modo é simples, mas funciona bem. E eles não inventaram a roda, mas até que diverte. Joguei junto com o Chronus que era guerreiro, e foi bacana. E mesmo ele “newbando” com meu mega mago extremamente assassino, curandeiro e lindão, deu pra evoluirmos numa boa. Isso sem contar que acho que ele levou esporro da namorada no meia da partida… Mas vamos deixar isso pra lá… Lembrando que os modos multijogador e solo não interferem um no outro, e o que você faz em cada um só vai funcionar e ficar armazenado lá. Diferente de Assassin´s Creed: Unity por exemplo.
Teste original: Marcio Vivas
Teste original: Marcio Vivas
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