quinta-feira, 25 de junho de 2015

Dragon Ball Xenoverse

CHA-LA HEAD-CHA-LA!

Essa é a primeira coisa que o jogador escuta ao iniciar Dragon Ball Xenoverse, e não há forma melhor de já entrar no clima do que esta por vir. Dragon Ball Xenoverse é o mais novo jogo baseado na obra de Akira Toriyama, e a proposta aqui, ao invés de simplesmente narrar os eventos do anime mais uma vez, como já feito a exaustão, é apresentar uma história original, ao mesmo tempo que permite ao jogador reviver momentos emblemáticos da série.

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Uma força misteriosa está alterando eventos do passado. Trunks, agora um patrulheiro do tempo a serviço do Supremo Kai do Tempo, precisa de ajuda. Reunindo as 7 esferas do dragão, ele deseja a Shenron que traga, de algum lugar do universo, um guerreiro poderoso capaz de ajuda-lo na tarefa que está por vir.

A história está mudando graças a intervenção de um inimigo misterioso, e se ele não for impedido, o mundo como conhecemos nunca mais será o mesmo. Prepare-se para reviver como nunca antes os principais eventos desde a saga dos Sayajins, até o recente filme Batalha dos Deuses.

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Essa é a premissa que coloca a história em movimento. Antes de cada missão, podemos ver como a história foi alterada. Depois de ver o estrago histórico que foi feito, cabe a Trunks e o jogador voltar no tempo e impedir que este futuro corrompido aconteça. Prato cheio para fãs da série.

Essa é a premissa que coloca a história em movimento. Antes de cada missão, podemos ver como a história foi alterada

A história não é o único diferencial. Com ela, vem a possibilidade de jogar com um personagem inteiramente criado pelo jogador e interagir com os heróis e vilões da série. De cara é possível selecionar entre 5 raças do mundo de Dragon Ball: Humanos, Sayajins, Namekuseijins, Majins e um alienígena da espécie do Freeza. Cada raça tem seus pontos fortes e fracos, então a escolha não é meramente estética.

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Customize seu herói até os últimos detalhes

Em seguida, é possível customizar toda a aparência do personagem, com centenas de peças de vestuário e acessórios, alguns originais, a maioria utilizados pelos mais variados personagens da série. Indo desde roupas de comandantes da Red Ribbon, passando pelo uniforme da escola de treinamento do Mestre Kame, até as clássicas armaduras Sayajins.

Por fim, mas definitivamente não menos importante, é possível customizar todos os ataques especiais do personagem. Isso significa que as mais variadas combinações de poderes da série podem ser feitas, com os mais variados resultados. Se quiser fazer um Namekuseijin capaz de usar o o 20x Kaioken e disparar um 100x Big Bang Kamehameha, sinta-se a vontade.

É possível customizar todos os ataques especiais do personagem. Isso significa que as mais variadas combinações de poderes da série podem ser feitas, com os mais variados resultados

Isso torna essa ventura pelo mundo de Dragon Ball muito mais pessoal, uma vez que não apenas a aparência é toda como o jogador quer, como todo o estilo de combate é determinado pelo jogador através da distribuição de pontos de habilidade, podendo criar um personagem mais focado em ataques corpo a corpo, balanceado ou capaz dos mais destrutivos ataques de energia possíveis.

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Alguns dos personagens criados pelos jogadores, tem até o Batman!

Com seu personagem criado, prepare-se para explorar Toki Toki City, o domínio do Supremo Kai do Tempo. Toki Toki age como um hub central, onde podemos encontrar lojas de itens, roupas, acessórios e habilidades, NPCs que distribuem itens e side-quests, “Mentores” que se dispõe a treinar seu personagem (possibilitando assim obter alguns dos movimentos especiais característicos de personagens como Goku, Mr. Satan, Vegeta, Cell, Beerus e muito mais), Trunks, com suas missões de história, os balcões de onde se iniciam todas as side-quests (aqui chamadas Parallel Quests), online e single player, partidas PvP, online e offline, e, claro, os demais jogadores. Esse hub é um enorme lobby multiplayer, povoado de personagens criados por outros jogadores. Quando jogando offline, o jogo preenche o espaço com NPCs baseados nesses outros personagens criados, para dar um pouco mais de vida ao local.

Mas espera! Isso não era um jogo de luta? Está mais com cara de RPG!
Mas espera! Isso não era um jogo de luta? Está mais com cara de RPG! E realmente está. A Bandai-Namco conseguiu criar o equivalente Dragon Ball de Destiny. Um jogo de luta, mas recheado de quests, loot, interações com outros jogadores e muito mais. Quase um “MMORPG” de Dragon Ball, em bem menor escala.

E é nesses sistemas de RPG que encontramos alguns dos pontos mais fortes e mais controversos do jogo. Vamos começar pelos ruins. O jogo não tem a menor vergonha de ser mais do que um jogo de luta. Então quem vier esperando um simples jogo de luta, vai ter uma surpresa. Tudo é feito a partir de Toki Toki. Até mesmo uma partida contra um amigo, offline no sofa, demanda que o jogador ligue o jogo, carregue o seu save single player, ande até o balcão do multiplayer e a partir dali inicie uma luta contra um amigo.

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Quando o jogo foi lançado, os servidores simplesmente não funcionavam. Era impossível conectar, e a simples tentativa de conectar agraciava o jogador com uma mensagem de erro, e um travamento, que obrigava a encerrar o jogo e reiniciar. Parece que na versão PC e XONE, mesmo problemático, não era ruim a esse ponto. Agora está bem melhor. Semanas após o lançamento e algumas atualizações depois, é possível conectar no servidor virtualmente sem problemas. A Bandai-Namco, para se desculpar, distribuiu itens para os jogadores afetados.

Semanas após o lançamento e algumas atualizações depois, é possível conectar no servidor virtualmente sem problemas

Uma vez online, parece que o jogo não é capaz de exibir todos os habitantes de Toki Toki na tela ao mesmo tempo. Então conforme andamos pela cidade, os jogadores que estão relativamente próximos vão “surgindo” no seu campo de visão, e ali permanecem, até que se afaste muito e outros jogadores “surjam”. É um tanto quanto desconcertante inicialmente, mas em meros 2 segundos eles aparecem para interação.

Já nas partidas online, que podem ser PvP ou co-op, tudo funciona bem. Em todas as partidas que joguei online, especialmente aquelas com estranhos colaborando comigo em Parallel Quests, não tive qualquer lag ou quedas. Foi possível completar algumas das Parallel quests mais desafiadoras sem maiores problemas, graças a interação com os outros personagens.

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Outro elemento de “MMORPG” presente, é que pode determinar o quanto você vai amar ou odiar o jogo, é o famoso “Random Number Generator” usado para determinar a obtenção de loot nas Parallel Quests, e também a ocorrência de eventos especiais nas mesmas. O que isso significa: Loot é baseado em sorte. Quanto maior o ranking obtido na luta, maior a chance de prêmios melhores, mas ainda assim totalmente aleatórios. E isso resulta na necessidade de jogar novamente, por vezes inúmeras vezes a mesma missão, se quiser aquele item. Esse é um dos aspectos mais enfuriantes do jogo.

Realizar os requisitos dos objetivos secretos não significa que necessariamente o jogo reconhecerá que os objetivos foram cumpridos
Mas esse não é o único ponto randômico do jogo. Todas as Parallel Quests possuem dois objetivos escondidos. Completar os 3 objetivos resulta em um “Ultimate Finish”, que quase sempre confere um loot muito bom. Mas….realizar os requisitos dos objetivos secretos não significa que necessariamente o jogo reconhecerá que os objetivos foram cumpridos. Explico. Em um dado combate, o objetivo principal é derrotar Gohan, Piccolo, Yamcha, Tenshinhan e Krillin.

Os objetivos secundários são derrotar os inimigos em menos de 3 minutos, e vencer Goku, que apareceria após todos eles serem derrotados em menos de 3 minutos. Bom, já derrotei todos eles em menos de 1 minuto e mesmo assim Goku não apareceu. Várias vezes. E apenas se Goku aparecer é possível conseguir, por exemplo, o Kaioken. Mas se ele aparecer, e for derrotado, não necessariamente se consegue o Kaioken pois existe mais um nível de aleatoriedade, que é o do loot.

Ou seja, temos que lidar com aleatoriedade em dois níveis; dos eventos necessários pra cumprir os objetivos secretos e do prêmio da quest. O jogo sabe que isso pode tornar a vida de muita gente difícil, então para compensar, as habilidades mais almejadas e populares, assim como as roupas, podem ser compradas no Skill shop, depois de avançar na história. Solução elegante, ma s que não serve para todos os itens.

Até o encontro com mestres espalhados pelo cenário é randômico, então quem busca um específico, pode demorar um tempo procurando.

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A busca por itens e outros golpes é simplesmente muito viciante

Nos pontos bons dos elementos de RPG, temos novamente a busca por loot, já que as Parallel Quests são divertidas, e a sensação de finalmente conseguir aquele ataque que tanto queríamos é fenomenal. E a busca por itens e outros golpes é simplesmente muito viciante. É difícil resistir a vontade de “só mais uma partida” quando se quer conseguir uma skill nova para melhorar seu personagem. Quando finalmente conseguimos aquele ataque ou item que tanto queríamos não da pra conter a vontade de pular do sofa e comemorar.

Muitas críticas foram feitas ao fato de que na loja não é possível saber como é o item antes de compra-lo
O mesmo vale para obter itens para customizar a aparência do seu personagem. Muitas críticas foram feitas ao fato de que na loja não é possível saber como é o item antes de compra-lo. Mas, como fã de longa data da série, não tive nenhum problema com isso, já que sei exatamente de que personagem estão falando em cada um dos itens. Para quem não conhece tanto a série, isso é um problema mesmo. Mas não deixa de ser legal obter roupas e acessórios para fazer um personagem cada vez mais próprio.

As Parallel Quests são um jogo a parte. Poderiam ter feito Xenoverse sem história e ele ainda seria divertidíssimo, tamanha a satisfação de joga-las. São mais de 50 missões, que podem ser jogadas sozinho ou com amigos, com variados níveis de dificuldade e objetivos diversos, indo além do simples “derrote inimigo x”. E pra tornar tudo ainda mais interessante, todas as batalhas conferem loot, como itens, roupas e ataques novos, o que torna completar as Paralell Quests não apenas divertido, mas altamente recompensador.

As Parallel Quests são um jogo a parte. Poderiam ter feito Xenoverse sem história e ele ainda seria divertidíssimo, tamanha a satisfação de joga-las

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O sistema de combate é mais profundo do que parece a primeira vista! Quando comecei, achei que era quase um meio termo entre o super simplificado Battle of Z e a série Tenkaichi Budokai. Ledo engano!

Mesmo simples e acessível, esse jogo mescla os melhores elementos de Battle of Z, Tenkaichi Budokai e Budokai! Temos aqui as batalhas 3 contra 3, missões que vão alem da história do anime e possibilidade de customizar os ataques do personagem de Battle of Z, as batalhas com movimentação livre pelos cenários de Tenkaichi Budokai, combinados com transformações (elas voltaram!) e combos mais elaborados de Budokai!

É explorando o sistema que se percebe a beleza dele
É explorando o sistema que se percebe a beleza dele. Claro que ainda não é um Street Fighter, mas diverte. O jogo te aponta os combos, mas não te mostra como combinar vários combos um no outro, como é possível estender combos com teleportes para fazer ataques mais devastadores, combinar isso com ataques especiais para ainda mais dano, etc. Depois de dominar o sistema, é possível fazer combos de mais de 50 hits, e até mesmo combinar combos com os demais personagens do seu grupo.

Uma defesa mais elaborada como um teleporte apertando o botão de defesa no último instante teria deixado o jogo ainda melhor. Ao invés disso, fugir de um ataque ou combo e feito com o teleporte com um toque no X, que consome stamina.

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A batalha do século?!?

Jogando com um grupo, os demais parceiros podem reviver seu personagem e a IA é muito eficiente nisso
Durante o combate, o jogador deve monitorar 3 barras. HP, que se consumida resulta em nocaute. Jogando com um grupo, os demais parceiros podem reviver seu personagem e a IA é muito eficiente nisso. Ki, que é usado para todos os ataques especiais e super ataques. Essa barra é carregada conforme o jogador ataca com golpes físicos ou toma dano. Seria bem legal a volta do comando de “carregar” o Ki. Por fim vem a estamina, que permite o uso do teleporte ofensivo e defensivo, movimentação em alta velocidade e algumas habilidades avançadas. Por fim, é possível usar itens em combate, para restaurar qualquer uma das barras acima.

Um problema nos combates do modo história é que por vezes uma cutscene de transformação ou de introdução de um novo personagem na luta ocorre no meio do combate, interrompendo a fluidez, e me parece que a luta não para durante essas cenas. Por vezes vi meus ataques serem interrompidos ou meu personagem morrer assim que acabou uma dessas cenas, sem explicação. Mas é bem raro. Mais presente são os picos de dificuldade que ocorrem repentinamente em alguns momentos, que podem barrar o progresso de jogadores com menos domínio das mecânicas de jogo ou com nível baixo.

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Fechando o pacote, conforme se avança, os vários personagens de Dragon Ball em várias formas vão sendo liberados, para serem utilizados nas Parallel Quests como parceiros ou personagens principais. Depois de terminar o modo história, surge a possibilidade de destravar mais um grupo de missões, que envolve mais personagens destraváveis que não irei revelar. Se tem uma coisa que não falta nesse jogo, é conteúdo.

Visualmente o jogo está bem bonito. Não utiliza tudo que a next gen tem a oferecer, mas conta com belos efeitos de luz e muitas cores
Visualmente o jogo está bem bonito. Não utiliza tudo que a next gen tem a oferecer, mas conta com belos efeitos de luz, muitas cores, ainda que um pouco mais escuras nos consoles do que no PC, e muitos efeitos durante os combates. Tudo isso sem qualquer tipo de queda no framerate, mesmo com 6 personagens voando e disparando ataques especiais simultaneamente. Mas para por ai. Os cenários são bem simples, e em grande parte não há interação com ele. Poucas coisas permanecem destruídas depois de um ataque.

A trilha sonora não fica para trás ficou muito boa, com musicas empolgantes que combinam muito bem com a ação. Na parte das vozes, é possível alternar entre as vozes em inglês e japonês a vontade, contando com os dubladores originais da série.

Texto original: Marcio vivas

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